Guia de Bolso – “Abordagem da hiperglicemia hospitalar em pacientes críticos e não críticos (com ou sem diabetes prévio) durante a pandemia da COVID-19”

Guia de Bolso

“Abordagem da hiperglicemia hospitalar em pacientes críticos e não críticos (com ou sem diabetes prévio) durante a pandemia da COVID-19”

Admissão

1. Medir a glicemia capilar na admissão de todos os internados, independente do diagnóstico de DM pois a hiperglicemia aumenta a mortalidade hospitalar e o tratamento pode influenciar o prognóstico

2. Registrar o diagnóstico de DM no prontuário para facilitar a identificação

3. Avaliar a prescrição: manter o uso de insulina e suspender antidiabéticos orais

4. Orientar o risco e observar sintomas de hipoglicemia no uso de sulfonilureia ou insulina, principalmente em idosos e nas alterações de função renal

5. Convém dosar a A1c (se não houver A1c disponível nos últimos 3 meses)

6. Manter a dieta ou aporte de glicose, mesmo se houver hiperglicemia

Hipoglicemia (<70 mg/dL)

Oriente o paciente, acompanhante sobre os sinais e sintomas de hipoglicemia. Se houver sudorese, náusea, palidez, taquicardia, mal estar, rebaixamento de consciência, avalie a glicemia capilar.

Mantenha aporte mínimo de carboidrato VO (4g/h) ou EV (2g/h). Rever a insulina se jejum ou má aceitação.

Correção da hipoglicemia:

dieta VO ou enteral: 15g glicose VO (Açúcar 1 colher de sopa diluído em água)

Inconscientes: glicose 50% (40mL EV) + acionar avaliação médica

Reavaliar a glicemia em 15 min., avaliar causas (má aceitação, interrupção de carboidrato, insuficiência renal/hepática)

Hiperglicemia (>180mg/dL)

Se houver glicemia > 180 mg/dL, confirmar com mais uma dosagem. Se confirmada avaliar a necessidade de prescrição de insulina basal.

Uma alternativa é o esquema basal-bolus:

1.Insulina basal (0,2UI/kg/dia) insulina NPH (preferível fracionar em 2 a 3 doses) ou glargina (uma vez ao dia)

2.Insulina regular ou análogo (lispro, aspart ou glulisina) (0,2UI/Ikg fracionadas antes do café, almoço e jantar associada a dose de correção

3. Dose de correção

4. Reavaliar as doses a cada 24 a 48 h

5. Prover educação do paciente e familiar

Pacientes graves (UTI)

1. Avaliar cetoacidose (cetonúria) ou estado hiperosmolar (glicemia > 600) pois tem protocolos específicos e diferentes

2. Se houver 2 episódios de hiperglicemia (>180 mg/dL), iniciar 0,1UI/kg/h de insulina R EV contínua (diluir 100UI em 100ml de SF0,9% e desprezar 20 mL) devido a meia-vida curta e a ação rápida

3. controlar a glicemia a cada hora e ajustar a dose com algoritmos validados, com a meta de 140-180 mg/dL.

Exemplo Joint British Diabetes Society

ou www.insulinapp-uti.com.br

4. Monitorar o equilíbrio hidroeletrolítico

5. Administrar insulina NPH ou análogo SC 3 h antes de suspender a insulina EV

Responsáveis pela elaboração:

Denise Momesso

Marcos Tadashi

Marcio Krakauer

Paulo Miranda

Rubens Sargaço

Rogério Silicani

Emerson Marino

Priscilla Cukier

Joaquim Custódio

Alexandre de Souza

Hermelinda Pedrosa

Rodrigo Lamounier

Roberto Raduan

Solange Travassos

Mariani Batista

Lenita Zajdenverg

Silmara Leite

Melanie RodackiAlina Feitosa

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