É com grande prazer que venho dividir com todos um dos primeiros artigos científicos sobre terapia celular no diabetes tipo 2 (DM2). Apesar de ser de um grupo pouco conhecido da China, este grupo utilizou pioneiramente uma linhagem de células multipotenciais chamada células-tronco mesenquimais.
Como todos sabemos, o DM2 é uma interessante alvo para terapia celular, especialmente para o uso de células mesenquimais. Neste sentido, as células-tronco mesenquimais tornam-se extremamente atraentes por terem algumas características marcantes:
- Possibilidade ainda não totalmente comprovada de regeneração de células beta;
- Migração por quimiotaxia para tecidos inflamados;
- Propriedades imunomoduladoras e anti-inflamatórias;
- Baixa imunogenicidade, pois não apresenta HLA classe 2, podendo ser infundida em indivíduos diferentes sem rejeição.
- Células da placenta apresentam grande capacidade de divisão celular
Com todas estas características atraentes acima citadas, é fácil imaginarmos que com este tipo de célula poderemos vislumbrar a sua atuação tanto na resistência insulínica quanto na disfunção de células beta. Neste artigo de Jiang e colaboradores, ele mostrou dados preliminares da aplicação endovenosa sistêmica de células-tronco mesenquimais de placenta infundidas mensalmente por 3 meses na dose de cerca de 1,5 x 106 células/kg de peso. Dez pacientes diabéticos tipo 2 de longa duração em insulinoterapia se submeteram ao procedimento que se mostrou seguro e ainda mostrou importante redução nas doses diárias de insulina e elevação da função pancreática medida pelos níveis de peptídeo-C.
Espero em breve trazer brasileiros com o uso de células-tronco em pacientes diabéticos tipo 2 a ser desenvolvido no Centro de Terapia Celular da USP – Ribeirão Preto.